segunda-feira, 25 de agosto de 2014

222- Nem posso dizer que existo.

- Houve um dia em que resolvi me vingar de uma amiga querida por algum erro; em outro um dia gritei com meu filho, censurei os meus pensamentos.

- Houve um instante em que cogitei minha própria morte, mesmo tendo certeza QUE ESTA NÃO ERA MINHA VONTADE.

- Também escondi meus erros por capricho e orgulho, no mesmo instante em que falava sobre coragem e sinceridade.

- Achando-me hipócrita, em algum outro dia resolvi ser eu mesma totalmente e em nenhum instante consegui me ver ou me notar.

- Talvez, nem eu mesmo soubesse como ser eu mesma ou o que eu estava me propondo ser.

- Já dei muitas desculpas. E em algumas delas muito de invenção e mentira.

- Houve um dia em que pretendi não atender ao convite de um casamento de alguém próximo.

- Recordo ainda que não aproveitei quando pude abraçar algumas pessoas quando vieram se alegrar comigo, vieram me cumprimentar ou parabenizar por uma vitória.

- Sei que também fui egoísta quando não correspondi alguns sorrisos.

- E não foi há muito tempo, foi há pouco, mesmo quando decidi que não rasgaria mais página alguma da minha vida.

- E passei as mãos sobre o rosto, não olhei pra cima, não procurei reagir, quando o único impedimento era minha própria vontade.

- Existiu sempre a possibilidade de escolher. A escolha não vem dela mesmo, vem de dentro de cada um.

- Momentos que poderiam ter sido inesquecíveis, momentos que continuam desconhecidos, por medo, timidez, costume até. 

- Eu poderia ter ficado calada e ter permanecido ao lado de várias amigas até o dia de hoje.

- Eu poderia ter compreendido o cansaço e a debilidade de outras.
- Compreendido, a expectativa, a esperança da minha mãe.
- Eu poderia ter acreditado em Deus, no milagre, no amor.

- Eu poderia ter visto tantas vezes o nascer e o pôr do sol e ser queimada pelo seu calor.

- Eu poderia ter dado a mim tantas chances de coisas novas, de colocar meus sentimentos, experimentar-me, experimentar o viver, o sim, o não, a glória, o fracasso, o desconhecido, o temido, o conhecido.

- Assim, sendo nem posso dizer que me conheço. Nem posso dizer que existo.

- Eu tenho que ir atrás do meu sentido da vida, ir atrás das coisas que me neguei, das palavras que de propósito esqueci e omiti.
-Ir atrás das personagens que minha brutalidade afligiu.

- Ir atrás das lições que estão pra serem aprendidas.
- Cuidar melhor da minha existência, de cada aspecto, reconhecendo o que as manchas que corrompem fizeram.

- Destino escrito, lições vividas!
- Momentos que enfrentei, cultivei, pensei, chorei, lamentei, alegraram e trouxeram surpresas.

- Conhecer o que é viver, o que é atravessar os montes, suportar os desertos, o que é crer e ter esperança.


- Ter a coragem e Me conhecer de verdade. 

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