quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

31- Os DES-MANDAMENTOS do ESGOTAMENTO




ESGOTAMENTO  PROFICIONAL

- A síndrome do esgotamento profissional não ocorre da noite para o dia: desenvolve-se lentamente, por um longo período. Os pesquisadores dividiram o esgotamento em 12 estágios.

- Eles não ocorrem necessariamente na sequência indicada. Muitas vítimas saltam uma fase, outras se veem em várias delas ao mesmo tempo. A duração de cada etapa também varia de pessoa para pessoa.

1-      Necessidade de se afirmar: no começo, verifica-se com frequência uma ambição exagerada. Ânsia por fazer as coisas, interesse e desejo de se realizar na profissão transformam-se em obstinação e na compulsão por desempenho.
É preciso constantemente provar aos colegas e, sobretudo, a si mesmo que faz o trabalho muito bem e que é plenamente capaz.

2-     Dedicação intensificada: para fazer jus às expectativas desmedidas, vai-se um pouco além e se intensifica a dedicação.
Delegar tarefas torna-se cada vez mais difícil. Em vez disso, predomina o sentimento de que tem de fazer tudo sozinho, até para demonstrar que é imprescindível.

3-     Descaso com as próprias necessidades: praticamente todo o tempo disponível é reservado para a vida profissional.
Outras necessidades, como dormir, comer ou encontrar-se com amigos são descartadas como fúteis. Atividades de lazer perdem o sentido. A pessoa justifica para si mesma a renúncia com desempenho heroico.

4-     Recalque de conflitos: percebe-se que alguma coisa não vai bem, mas não se enfrenta o problema.
Confrontá-lo pode deflagrar uma crise e, por isso, o problema é visto como ameaça. Os primeiros problemas físicos começam a aparecer.

5-     Reinterpretação dos valores: isolamento, fuga dos conflitos e negação das próprias necessidades modificam a percepção. O que antes era importante, como amigos ou passatempos, sofre uma completa desvalorização.
A única medida da própria relevância e da auto-estima é o trabalho. Tudo o mais é subordinado a esse objetivo. O emgotamento emocional é visível.

6-     Negação de problemas: o principal sintoma dessa fase é a intolerância. Os outros são percebidos como incapazes, preguiçosos, exigentes demais ou indisciplinados.
Predomina o sentimento de que os contatos sociais são quase insuportáveis. Cinismo e agressão tornam-se mais evidentes.
Eventuais problemas são atribuídos exclusivamente à falta de tempo e a jornada de trabalho e não à transformação pela qual se está passando.

7-     Recolhimento: os contatos sociais são reduzidos ao mínimo. Vive-se recolhido, com a crescente sensação de desesperança e desorientação.
No trabalho, "faz-se o estritamente necessário". Nessa fase, muitos recorrem ao álcool ou às drogas.

8-     Mudanças evidentes de comportamento: agora, é impossível para os outros não perceber a transformação pessoal.
Os outrora tão dedicados e ativos revelam-se amedrontados, tímidos e apáticos. Atribuem a culpa ao mundo à sua volta. Interiormente, sentem-se cada vez mais inúteis.

9-     Despersonalização: nessa fase, rompe-se o contato consigo próprio.
Ninguém mais parece ter valor, nem o próprio afetado nem os outros, as necessidades pessoais deixam de ser percebidas.
A perspectiva temporal restringe-se ao presente. A vida é rebaixada ao mero funcionamento mecânico.

10-   Vazio interior: a sensação de vazio interior é cada vez mais forte e mais ampla. A fim de superá-la, procura-se nervosamente por atividades.
Surgem reações excessivas, como intensificação da vida sexual, alimentação exagerada e consumo de drogas e álcool. Tempo livre é tempo vazio, entorpecido.

11-    Depressão: aqui, síndrome do esgotamento equivale a depressão. A pessoa se torna indiferente, desesperançada, exausta e não vê perspectivas.
Todos os sintomas dos estados depressivos podem se manifestar, desde a agitação até a apatia. A vida perde o sentido.

12-   Síndrome do esgotamento profissional: esse estágio corresponde ao total colapso físico e psíquico.
Quase todos os afetados pensam em suicídio e não são poucos os que a ele recorrem.
Pacientes nesse estado constituem casos de emergência: precisam de ajuda médica e psicológica o mais rápido possível.

NÃO  REZE  POR  ESTA  CARTILHA

- A regra número um é administrar com cautela nossos recursos físicos.

- As medidas anti-stress são simples e eficazes: alimentação saudável, exercício físico e uma boa noite de sono. Número dois: mesmo sobrecarregado, é preciso observar o equilíbrio entre tensão e relaxamento, é preciso haver equilíbrio entre trabalho e vida particular.

- Cada um tem de encontrar seu próprio mecanismo de compensação do stress. Há pessoas que relaxam preparando-se para uma maratona; outras repousam curtindo música ou cuidando do jardim.

- O passatempo pouco importa - o que interessa é ter um. O mesmo vale para os contatos sociais.
Seja entre amigos ou na família, é fato que as relações inter-pessoais protegem contra o esgotamento. 

- De resto, quem se isola por causa do trabalho extenuante não terá mais ninguém a quem chamar numa emergência, quando vier a precisar de ajuda e companhia. Isto é triste!

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