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Tinha medo de tudo, medo de voltar e medo de ir.
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Medo de ver, mas não ser vista. Pior ainda: não ser sequer notada.
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Medo... Me batia um desespero. Um desespero calado e angustiado de
não poder dizer nada, porque nunca havia nada à ser dito, apenas
olhares furtivos.
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E não dá pra fugir do sentimento sem perda de identidade. Medo, só
sentia medo.
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Medo que só inventei este sentir, porque ainda nada havia sentido
por alguém,
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Tinha medo de voltar e saber que nunca havia estado “lá”.
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Mas, e o que sinto? Certo é que sinto algo, mesmo que seja incerto.
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Inseguro...talvez, esta insegurança é só uma armadilha, parte de
um show que queria esconder, ainda que fosse possível apenas
aparentemente.
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E não mostrar, de jeito algum. O show de esconder, show de inventar.
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Imaginar, para aproximar o viver do sentir, o ser do existir.
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Para afastar-me de uma temida monotonia.
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Medo de Voltar. Pra onde mesmo? Onde foi que eu comecei?
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Tive que caminhar de trás pra frente e refazer o percurso,
refletindo sobre cada passo dado!
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Tinha medo de querer ser feliz de um modo que todos digam ser
impossível.
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E agora
me
pergunto sobre o que fiz com minha vida
e principalmente
no que me tornei e realizei só sobrou um medo.
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O medo de voltar a ser medrosa!!!!
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