terça-feira, 7 de outubro de 2014

256- Tristeza não é doença, é uma resposta normal a perdas. Como não confundi-la com Depressão.

- Ficar triste dói. O sentimento pode ser passageiro ou durar muito tempo.

- Mesmo nesses casos, não significa que ele só possa ser superado com remédios.

- Tristeza é a resposta normal às perdas que sofremos na vida, mas agora se tornou comum chamá-la de “depressão”.

- Algo normal foi transformado em doença.

- A cultura dos antidepressivos transformou em doença dificuldades que fazem parte da vida.
- A OMS (organização mundial de saúde) usa os sintomas da tristeza, que até podem ser os mesmos da depressão, sem considerar o contexto do acontecimento que deixou a pessoa triste.

- Incluem na mesma estatística quem sente uma tristeza normal e quem realmente é depressivo.

- Se cinco sintomas de uma lista de nove durarem mais de duas semanas, os médicos dizem que há depressão.

São eles: perda do humor; perda de interesse por atividades prazerosas; ganho de peso ou perda de apetite; insônia ou excesso de sono; agitação ou apatia; cansaço; sentimento de culpa e baixa autoestima; dificuldade de concentração e de decisão; pensamentos recorrentes sobre morte ou tentativa de suicídio.

- Ficamos naturalmente tristes pelas perdas do dia-a-dia, como de um relacionamento amoroso, de um emprego, de uma notícia de que seu estado de saúde não é bom.

- Ou quando há condições estressantes como a pobreza ou relações sociais em que se sofrem abusos, como os de poder.

- São situações ruins, mas sofrê-las não significa que algo esteja errado.

- É diferente da depressão, que surge sem razão específica, não precisa ter acontecido algo terrível para surgir a depressão, que tem características biológicas.

- Ainda assim, a maior diferença não é o que acontece no cérebro, é o que ocorre dentro do contexto social.

- É dar à tristeza o ar de doença.

- Não existe uma linha divisória definida, podemos dizer que se uma tristeza dura mais de dois meses algo pode estar errado, mas não significa que não tenha solução.

- O que importa é que estão tratando quem levou um fora do namorado e não consegue se concentrar, dormir ou comer direito da mesma maneira que a alguém com sintomas que persistem por longos períodos.

- Ficar na fossa quando um namoro acaba é a resposta natural a um estresse, e não um distúrbio mental, uma situação dolorosa nunca é boa.

- A tristeza que envolve a perda pela morte de alguém que foi importante para nós é dura e custa a passar.

- Por outro lado, a perda do emprego e o fim de um relacionamento amoroso são circunstâncias que nos fazem parar para pensar.

- Revemos defeitos, analisamos consequências de nossos atos, isso ajuda a encontrar equilíbrio na hora de começar de novo, a pessoa ganha maturidade.

- O sentimento de perda provocado pela morte de alguém que amamos não é depressão, é uma situação pesada, mas a perda pela morte também faz parte da vida.

- Todos vamos perder pessoas queridas, e todos vamos morrer.

- O melhor a fazer é conversar com pessoas próximas, falar com amigos e parentes, procurar o apoio de quem nos conhece é o remédio ideal.

- A terapia também pode ajudar, especialmente nos casos em que a tristeza se prolonga.
O diagnóstico para distúrbios mentais se tornou generalista.

- Se alguém apresentar cinco sintomas de uma lista oficiosa, é depressivo, mas os médicos não se preocupam em questionar as circunstâncias.

- Os médicos deixaram de considerar em que contexto esses sintomas surgem.

- Sei que no fundo é difícil para eles “investigar” as causas da tristeza, porque gastam no máximo 15 minutos com um paciente.

- É um contato muito breve e fica mais fácil receitar uma pílula.

- Nem sempre é o que acreditam ser o melhor, mas eles são pressionados pelo sistema de saúde especialmente no Brasil a não se prolongar em consultas.

- Os médicos estão falhando, mas existem razões para essa falha.

- Os médicos também cedem àquilo que o paciente deseja, eles receitam o que o paciente pede quando chega ao consultório.

- Se não há evidências de que o paciente realmente sofre de algum transtorno, é uma atitude irresponsável.

- Alguém com depressão realmente precisa de tratamento.

- A intenção não é dizer que pessoas com problemas reais não devam ser tratadas da forma adequada, com remédios.

- Mas nos últimos anos ficou claro que consumir antidepressivos sem necessidade é um perigo.

As duas situações são alarmantes.

- A indústria farmacêutica ganha muito dinheiro com antidepressivos, promove esses produtos com anúncios mostrando pessoas felizes, que superaram seus problemas ao engolir uma pílula.

- É uma cena comum apresentada na publicidade.

- São casais, pais e filhos em situações do cotidiano, da família, do trabalho, que estão bem graças a um remédio.


- É um marketing poderoso e perigoso.

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