- Uma selfie é, acima de
tudo, a sublimação de si.
- Ou seria um chamado, pedido,
requisição de atenção por parte dos outros?
-
Selfies não são algo inerentemente ruim.
- Tirar fotos do próprio
rosto de ângulos ligeiramente diferentes, com variações de
expressões, não é fundamentalmente errado e não são apenas uma
tendência trivial ou uma forma de expressão.
- Na verdade, elas são um
reflexo claro exatamente daquilo que nos meninas e mulheres foram
ensinadas a ser a vida toda:
“imagens a serem
admiradas.”
- Imagens de seres humanos que
são dinâmicos, mas com pose, produção e edição
cuidadosas, para serem observadas e comentadas.
- Selfies não são somente
imagens que você faz de si mesma para si mesma, elas são
imagens que você tira de si mesma para que os outros vejam.
- Selfies não eram uma
tendência até as mídias sociais possibilitarem obter validação
maneira fácil e pública, online.
- E o que meninas e mulheres
aprendem, desde o começo, que lhes confere mais valor?
“Ser bonita.”
- Não é ser inteligente,
engraçada, generosa ou talentosa, basicamente basta ser bonita.
- Sendo assim, a validação
que as mulheres foram ensinadas a buscar é a aprovação das pessoas
com relação à sua aparência.
- Hoje já temos as
consequências das Selfies;
- A
Selfie-objetificação,
trocadilho com o termo em inglês self-objetification=
auto-objetificação.
- Definição-Substantivo:
“apresentar a si mesma como um objeto,
especialmente para a visão ou outro sentido físico, por meio de uma
fotografia que a pessoa tira de si mesma, para publicação online, e
cujo processo se manifesta em em três etapas.”
- Tirar fotos de nós mesmas
para documentar como ficamos em determinados momentos, roupas ou
ângulos é uma nova forma de auto-objetificação
que chamamos de “selfie-objetificação”.
- Há
três etapas da selfie-objetificação:
1) Tirar fotos de si mesma
para admirar e examinar minuciosamente.
2) Classificar e editar as
fotos para gerar uma imagem final aceitável.
3) Compartilhar essas fotos
online para que as pessoas as validem.
- O problema é que a
auto-objetificação reduz nossa capacidade, nossa felicidade
e nossa autoestima, porque precisamos viver, realizar e existir e
também monitorar e imaginar constantemente qual é a nossa aparência
enquanto vivemos, realizamos e existimos.
- Se você costuma tirar
selfies avidamente, considere os efeitos dessas três etapas da
selfie-objetificação na sua vida.
Primeira
Etapa: Capturando e
Examinando.
- As selfies são um fenômeno
único porque funcionam como um tipo de espelho mais permanente.
- As imagens capturadas não
desaparecem depois de um olhar rápido, elas ocupam memórias de
telefones, álbuns de computadores e feeds de mídias sociais.
- Elas não são capturadas
e esquecidas; são capturadas e analisadas repetidas vezes pela
própria fotógrafa, que analisa seu rosto e seu corpo e imagina como
as outras pessoas a enxergam.
- Com as selfies
proporcionando uma nova maneira das pessoas examinarem e avaliarem os
próprios rostos a qualquer momento, bem como mais oportunidades de
comparar sua aparência com todas as outras formas femininas que
enchem nossos feeds nas mídias sociais, não é surpresa que:
“A
tendência das selfies aumenta a demanda por cirurgia”
Segunda
Etapa: Ranqueando,
Editando e Selecionando uma
Vencedora.
-
Após a fotógrafa ter analisado e avaliado suas fotos, ela seleciona
o clique perfeito para exibição para o público.
-
E se for usuária de
mídias sociais, ela usará o Photoshop ou editará a imagem antes de
postar.
-
Cerca de metade das pessoas que editam as próprias fotos o fazem com
o objetivo de “melhorar
a aparência"
removendo manchas na pele, mudando o tom ou a cor
da pele,
ou tornando-se mais magras ou com mais curvas.
-
Nós NUNCA conseguimos ver a realidade feminina na grande mídia, e
esses ideais nada realistas resultam na pressão que sentimos para
alterar nossas imagens de modo a nos parecermos mais com a
"perfeição” com traços de desenho animado que vemos
por toda parte, e cria todo um;
“novo
mundo de irrealidade nas mídias sociais.”
-
CASO seja necessário dizer com todas as palavras:
-
Não se compare com as fotos de ninguém.
-
Você não sabe quais esforços foram empreendidos na foto em
questão, nos bastidores ou na pós-produção.
-
Comparações nas mídias sociais PODEM levar à depressão e
ansiedade entre meninas e mulheres, e quando estamos cientes de
que estamos comparando nossas vidas sem filtros com imagens de
glamour das vidas de outras pessoas, podemos acalmar esses
sentimentos.
-
E por favor, acalme-os, pelo bem da sua saúde.
Terceira
etapa: Compartilhando e Monitorando.
-
Após postar a imagem vencedora, ela monitorar cuidadosamente as
“curtidas” e os comentários recebidos por cada foto, e vai
comparar esses minúsculos símbolos de validação com os das fotos
de outras pessoas.
-
Quanto mais curtidas e quanto mais gentis os comentários, melhor ela
se sentirá consigo mesma, ou melhor, com a parte de si mesma que foi
treinada a priorizar: sua aparência.
-
Mas o que acontece se o número de curtidas não agradar?
-
Ou se os comentários forem críticos, ou se não houver comentários?
-
O que acontece com a autoestima neste caso?
-
Quando essa autoestima se baseia amplamente nas percepções que
outras pessoas têm de sua aparência, e as pessoas parecem não
apreciar sua aparência, a autoestima é afetada completamente.
-
Isso nos traz ao maior problema que temos com as pessoas que
defendem o uso das selfies como ferramentas de empoderamento.
-
Elas não são. Vocês estão confundindo “empoderamento” com “se
sentir bonita” ou “sentir que as pessoas acham que eu sou
bonita”.
-
O empoderamento (ação
coletiva desenvolvida)
tem que ser muito mais
dinâmico e abranger muito mais coisas que isso.
-
“Poder” não pode ser reduzido a algo que é obtido por meio
da aparência e da beleza.
-
O “poder” da beleza tem pouco valor.
-
Ele é fugaz e pode ser consumido e descartado a qualquer momento.
-
Seu poder não está apenas em sua beleza; está em quem você é e
no que você faz.
SEJA
MAIS VOCÊ - ISSO É BELEZA REDEFINIDA.
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